16/08/15 Sobre o divórcio, parte I




Se a separação ou, quem sabe, o divórcio já bateu à porta da sua vida, se um grande deserto se agigantou à sua frente de uma hora para outra, é momento de enfrentar uma grande batalha espiritual. Embora muitas denominações evangélicas não preguem com fervor e outras a façam de forma muito discreta, a restauração da família é mais que possível. Deus tem interesse de que seu lar seja reconstituído. E como Ele quer executar tal intento, a concretização é apenas uma questão de tempo. Viver um período crendo nesse milagre, muitas vezes sem o apoio de absolutamente ninguém, é atravessar um longo deserto. Nessa caminhada, há muitas lágrimas, desespero, abatimento espiritual, mas também é a oportunidade única de experimentar de perto, quase que intimamente, as provisões e o grande agir das mãos do Senhor Deus. Quem está nesse deserto, pode tornar a travessia mais curta ou muito distante. Tudo dependerá de como o marido ou a esposa se comportará. Há algumas coisas que precisam ser esclarecidas e acrescentadas à sua fé:

a) Deus fará. O agir de Deus é certo. Para quem ora e clama pelo bem da família, o Pai protege e abençoa. Para quem se deserdou, o Senhor endurece o coração e o entrega sob o deleite dos demônios. A permissão de Deus é tamanha que Ele pode colocar o rebelde à beira da morte. Como Pai e Soberano, Deus sabe como agir na vida de cada um. O interesse dEle é que a família seja refeita, independentemente de como fará. Mas Ele fará. Deus nunca deixou de cumprir nenhum dos seus planos, especialmente na área familiar. A família é a menina dos seus olhos.
Basta que apenas um ore, clame, peça a Ele isso. Deus é fiel em seus propósitos e atende a oração do justo.
“Pois o Senhor dos Exércitos o determinou, e quem o invalidará?
A sua mão está estendida, e quem a fará voltar atrás?” (Isaías
14:27);
“Há acaso alguma coisa demasiadamente difícil para o Senhor?”
(Gênesis 18:14);
“Pois para Deus nada é impossível” (Lucas 1:37).

b) A condição espiritual do deserdado. Todo aquele que abandona o lar, independentemente de qual tenha sido o motivo, passa a viver em opressão espiritual. Embora não demonstre e até mesmo apresente um aparente bem-estar, a sua condição espiritual é de perturbação. É uma pessoa que tenta demonstrar ao outro e a si mesmo que está bem. Ela sofrerá a opressão dos demônios, que passarão a dominar as suas atitudes, especialmente quando o seu cônjuge mais se consagrar a Deus. A guerra espiritual está formada. Quanto mais santidade e obediência de um, mais opressão demônica no outro. Muitas pessoas me procuram para afirmar que, durante o processo de consagração e santidade, foram muito afrontadas pelo
cônjuge. Elas não entendiam porque isso acontecia. Pensavam até que estavam a fazer tudo errado. Eu passo a explicar a grande batalha espiritual que se estabeleceu entre o povo de Israel e os soldados de Faraó pouco antes da Travessia do Mar Vermelho. A Bíblia relata alguns pontos interessantes:

1) Deus preferiu que o povo seguisse um caminho mais difícil:
“(...) Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto (...)” (Êxodo 13:17).

2) Deus endurece o coração do inimigo para perseguir o seu povo:
“Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel (...)” (Êxodo 14:8).

3) Deus permite que o inimigo cresça para depois abatêlo:
“Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor que hoje vos fará (...). O Senhor pelejará por vós, e vos calareis. (...)
Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar” (Êxodo 14:13-14 e;

c) Como se comportar no deserto para a vitória vir mais depressa. Fé, oração, jejum, santidade ao Senhor são atitudes indispensáveis para quem deseja ter o lar restaurado. Além destas, outras também devem se fazer presentes no seu dia-a-dia. 1) Não murmurar; 2) Não olhar para as circunstâncias adversas que se levantam; 3) Esquecer o outro e a situação. Quando esquecemos o cônjuge rebelde, provamos que de fato o entregamos a Deus.
Esquecê-lo, nesse caso, é não ficar pensando o tempo todo nem na pessoa nem no problema. Quem verdadeiramente obtém vitória nesse aspecto não se comporta mais com a ansiedade, o elemento que atrapalha o trabalhar do Senhor.

d) Vivenciando o agir de Deus. Quem está no deserto também é moldado e transformado, em seu caráter, pelo Pai. A pessoa passa a fazer certas coisas que antes tinha muita dificuldade como, por exemplo: perdoar.
No meu deserto particular, aprendi a ser dizimista, algo que antes tinha muita dificuldade. Deus também vai retirando as impurezas e tudo aquilo que está em nós e não O agrada. Mas, além disso, a presença de Deus se faz viva nas revelações e nas provisões. Esse, sem dúvida, foi o período mais edificante pelo qual já passei. Certo dia, para confirmar que estava comigo na restauração do meu casamento, Deus usou um pastor que nunca tinha me visto, em um culto dominical, em meio a muita gente, para revelar-lhe a data exata que eu me casara e a situação em que me encontrava. Em outra ocasião, após derramar muitas lágrimas de joelhos, fui impulsionado a ligar o TV em um canal evangélico. A primeira imagem que me apareceu foi a de um pastor ao vivo em um culto em Minas Gerais dirigindo a palavra direta para minha vida: “você que nesse momento ora pela restauração do seu casamento, levanta-te e pare de murmurar”. Também recebi a provisão de Deus na área financeira. Em todos os instantes,
Deus provou estar bem perto a mim, embora muitas vezes eu insistisse em chorar e querer desistir.

Do livro "Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento", do Pr. Fernando César.

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